Maternidade não é natural. Se quiserem insistir na interpretação de que ela preparou a cena da morte, instigou o bebê à queda, argumento que calculada ou inconsciente, simboliza o desejo de ser livre. De negar o que o mundo burguês e patriarcal fez dela. 
Penso o mesmo sobre a cena em que ela mutila a vulva e esmaga o pênis. Libertação das limitações da família burguesa hetero-normativa. Libertação dos relacionamentos heterossexuais que matam o desejo e minam o prazer. 

Outra…

Durante o isolamento me peguei tentando ressignificar a morte de vários jeitos. Meditei sobre a morte lenta da idade média, colonizada pela igreja católica, suas orações, leitos de morte, a morte como uma passagem. E quando a peste chega nesse cenário, trazendo a morte rápida, pilhas de corpos, a convivência com cadáveres em decomposição, com o cheiro fétido dos bubões em sangria.
Crash aceita a morte como parte da experiência sexual. E isso me seduziu completamente, eu sendo uma devota de esquisitices…