A epítome de um momento histórico e do sofrimento de um povo.
Com um controle absoluto da unidade de sua obra, Glauber Rocha ainda se apropria da estética de Portinari e métrica da literatura de cordel para criar uma obra que conversa com o âmago da história nordestina.
Sem soar pedante ou didático, "Deus e o Diabo na terra do sol" tem duas faces evidentes: ao mesmo tempo em que trata de temas sociais e de grande amplitude, também se atenta aos personagens enquanto indivíduos, não meros arquétipos.
O resultado é uma obra que funciona por si mesmo, mas também como um verdadeiro manifesto das dores e da luta de um povo. Um trabalho que supera as próprias limitações da forma e atinge o âmago do ser, do sentir e do entender.
Um dos melhores filmes do cinema brasileiro e mundial.