Synopsis
An unemployed man gets a job as night watchman that puts him in the middle of the rising violence in his neighborhood.
1992 Directed by Ozualdo Ribeiro Candeias
An unemployed man gets a job as night watchman that puts him in the middle of the rising violence in his neighborhood.
Vigilante, o Justo
The last laugh. Satirical and acid, all of Candeias’ imaginative freedom gets swiftly corroded in his angry flux of images. A brechtian exercise on systemic violence as a regulating mechanism and a free, open cinema as the unstable catalyst for its implosion. One of those films that seem to transcend culture by being too faithful to its predicaments.
o apartamento, o jornal
o pensamento, a navalha
a sorte que o vento espalha
essa alegria, o perigo
eu quero tudo contigo
com você perto de mim
o amor e armas.
FF diz isso.
O Vigilante foi um dos filmes brasileiros feitos nos anos 90 que não alcançou as telas. Sabe-se apenas de sessões informais e de cineclubes em São Paulo. Digam o que quiserem, que o estilo de Candeias é difícil, muito sujo ou nojento para o espectador médio — não há possível desculpa para deixar o filme de um dos maiores realizadores do cinema brasileiro fora das telas desde 92, época de realização de O Vigilante.
Ozualdo Candeias, tendo dado inclusive o nome ao cinema marginal com seu longa de estréia A Margem, e tendo feito ao longo de sua carreira filmes como Meu Nome É Tonho, As Bellas da Billings e Aopção (este último inclusive premiado em Locarno), teve imensas dificuldades…
O que você está querendo é uma mensagem de esperança, mas no Brasil dos Collors isso não está nada fácil.
O cinema livre.
Primeiro o interior: a música sertaneja, o sotaque, o corte de cana, o ônibus caindo aos pedaços, a rotina. Se o rosto em primeiro plano no cinema é arrancado do espaço e do tempo e existe por si próprio, como diz Deleuze, Ozualdo Candeias contraria essa lei ao fazer com que cada plano tenha um senso de pertencimento único nesses dez minutos iniciais sem diálogos, só com viola e com a vida tão característica a um lugar.
Depois, a capital: a violência, a pobreza, o sub-emprego, o medo de uma espécie de milícia primitiva. O caos urbano. Os bares, as garrafas de pinga, a música que se diversifica, o rádio passando futebol, o rádio passando programa evangélico,…
Existe um tom satírico aqui que me cativa demais. Tem total ciencia da precariedade do retrato (e do próprio cinema) e integra isso a um jogo muito libertador de imagens que não vão exatamente se completar, mas criar um sistema muito próprio ente violência e hilaridade; entre sátira e um retrato mais cru, como se só abordando todos esses temas e tons, de uma só vez nesse fluxo próprio de entretenimento ambíguo. Só assim ele conseguiria ser fiel ao momento espíritual e físico da sociedade retratada - a violência sisistêmica que encontra o refúgio num espetáculo performático dos gestos da ação. Bang!!
daqueles filmes que você não sabe se inventou o cinema brasileiro ou inventou o Brasil.
- Nunca aponte uma arma para ninguém
- Pô, mas tá descarregada
- Os acidentes acontecem porque elas sempre estão descarregadas