Praticamente todos os personagens desse filme são carreiristas autocentrados, desonestos e pretensamente intelectuais. Foi como voltar para a faculdade, porém me diverti de verdade dessa vez.

Todo o filme é um grande exercício de como criar tensão (e intensificá-la gradativamente, até o limite) mobilizando o menor número de artifícios de cena possível, fundamentando a ação em uma condução responsiva ao jogo de disse-não disse dos diálogos, que acontecem pelo telefone em sua maioria.

Funciona muito bem como investigação da máquina governamental, cujos componentes são capazes de viabilizar moralmente seu funcionamento através de uma distinção entre verdade política e prática política. Todos são responsáveis, o que importa é o quanto são responsáveis. A ação (verborrágica, mas raramente cansativa) é emoldurada por imagens de heroísmo anônimo bastante marcantes. Muito bom.

Óbvio que o policial ia chegar cometendo intolerância religiosa. Tem idéias ótimas e o Christopher Lee kinda serving de peruca, mas acho que a condução me incomodou um pouco, esperava mais.

Well, that was actually a pretty nice second date.