Letterboxd — Your life in film

Disse Guimarães Rosa que as pessoas não morrem, encantam-se.

Sempre tive muita curiosidade em saber da verdade como ela é no que tange o caso. A abertura é a voz de Gloria em off num alívio doloroso: ela sempre quis contar essa história. O que é revisitar o passado nesse intervalo de trinta anos? Abrir feridas? Mas não seriam abertas se nunca tiverem de fato sido fechadas. Aqui fala-se de uma mãe que perdeu a filha na flor da idade, em…

You may write me down in history
With your bitter, twisted lies,
You may trod me in the very dirt
But still, like dust, I’ll rise.

O canto final de Lia Sophia e Zélia Duncan serve de abraço-consolo definitivo, um real fechamento com chave de ouro. É um grito de alerta e prevenção, de denúncia, mas também um sopro de resistência e esperança; como o título autoexplica, sempre hão de se levantar assim como o ar.

Tia, tenho muito orgulho…

Talvez a melhor parte acerca do curta seja o backstory narrado por Rita Lee em sua autobiografia:

Aconteceu que, depois de o filme ter terminado, minha “atriz interior” entrou numas de um espírito baixou em mim e carregou o personagem Raulzito para dentro de casa: malemolência, sotaque baianês bobasse coçava o saco. Até que pintou um show justamente em Salvador e lá fui eu tentar me desvencilhar do encosto na terra dos terreiros. Com medo de o querido fantasma tomar posse…

Vou usar a data como licença para fazer quiçá a review mais umbiguista que este perfil já viu.

Fiquei maravilhado no dia que descobri que Joaquim Pedro e eu dividimos aniversário; vem dele o poema musicado em uma das minhas canções favoritas do meu álbum favorito de uma das minhas musicistas favoritas. Graças a ele conheci Buñuel, Simão do Deserto, Joaquim e o longa, como outros. Que honra imensa saber que comemoramos anos juntos mesmo com toda essa distância temporal-geográfica,…