Uma lembrança:
São Paulo, no meio de algumas figuras conhecidas da crítica brasileira, um ou dois dias após a exibição de Juventude em marcha na mostra de São Paulo de 2006.
No meio de uma conversa entre eu e duas figuras célebres entre os cinéfilos, um deles compara de maneira um tanto laboriosa o filme do Costa a alguns experimentos contemporâneos, alguns livros, algumas pinturas, talvez algumas músicas, dizendo que o que Costa havia feito não tinha análogo no cinema.…
Mais uma coisa a propósito de outra instituição francesa, neste caso a crítica de cinema de viés cahierista: dizer - e defender em cada escolha, em cada abordagem, em todas as perspectivas adotadas a partir dessas escolhas para blindá-las epistemologicamente - que "o cinema não é linguagem" não passa, no geral, de escudo contra a análise, o que entre outras coisas levou a esse momento particularmente sombrio da produção e da crítica cinematográfica que é o ultra-apichatponguismo, o discurso do…
60 anos, cinco continentes, e finalmente chegou o resultado: a obra-prima do Herzog.
Música.
Documentário.
Cinema.
Crítica de cinema.
História do cinema.
História do homem.
Em resumo: o filme que ele se preparou a vida toda para fazer, as pessoas (o casal Krafft) que ele se preparou a vida toda para encontrar.
Celestial.
De longe o filme mais godardiano do Herzog, menos pelo uso da música do Gabriel Fauré que pela relação com o cinema do Rossellini. Chorei umas três vezes enquanto o assistia.
E isso nem começa a descrever, não chega nem perto de dar uma ideia do que é o filme.
Pau no cu dos Coppola e dos Ridley Scott. Viva os Kevin Brownlow e os Luc Moullet.
Fiquem em casa e vejam cinema de graça e pirata ao invés de irem ao cinema para serem coagidos por uma sucessão de fotos do Instagram e de lambuja encher de dinheiro os bolsos de inaptos das telas como Scott, Spielberg, Serra etc.
